PUBLICAÇÕES

Comunicação On-line: uma perspectiva ecológica (2007)

Adriana BRAGA

LINK
O controle da natureza pela Humanidade a partir da ciência e sua aplicação técnica é um anseio que remonta a milhares de anos. Freud (1974 [1930]), entretanto, observa que o poder sobre o espaço e o tempo, a subjugação das forças da natureza, não aumenta a quantidade de satisfação, e não torna a vida mais feliz, a reconhecer que este não constitui o único objetivo do esforço cultural, nem a única condição da felicidade humana. Entretanto, mesmo na intenção de entoar uma crítica pessimista, como no trecho citado acima, Freud começa por reconhecer os benefícios devidos aos progressos científicos e tecnológicos. De modo correlato, um/a analista sensato/a que quisesse ressaltar os benefícios obtidos da introdução de uma tecnologia na cultura teria que reconhecer o preço pago para isso, como faz Neil Postman (1994). Neste artigo, busco refletir sobre a comunicação on-line a partir de uma perspectiva ecológica da mídia, visando a articular os fenômenos sob reflexão ao contexto sócio-cultural-tecnológico de sua ocorrência. No que se segue, discuto algumas raízes filosóficas que presidem ao surgimento do campo teórico-metodológico da ecologia da mídia. Ponto chave nesta abordagem é a noção de processo midiático a partir de sua materialidade, posição que se relaciona com premissas da vertente filosófica denominada materialismo.