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A cultura digital representa nos tempos hodiernos um desafio para o ser e o agir da Igreja: para cumprir sua missão de anunciar a mensagem do Evangelho a toda criatura (Mc 16,15), ela precisa habitar a “infosfera” (uma evolução dos conceitos “continente digital” e “ciberespaço”) e realizar a infopastoral. As novas tecnologias geram uma mudança na forma como nos relacionamos em sociedade e criam padrões de comportamentos complexos que moldam o ser humano, inserido em uma dinâmica de vida “onlife”. A pandemia de COVID-19 explicitou essa realidade, trazendo-nos, de forma inesperada, o que se considerava “o futuro”. A necessidade do distanciamento social levou a Igreja a utilizar mais amplamente as tecnologias digitais para manter a unidade pastoral e possibilitar aos fiéis a continuidade da experiência da fé, agora em novo ambiente, não físico. A partir da pesquisa e análise bibliográficas, do magistério do Papa Francisco, de autores e pesquisadores da Teologia, da Comunicação, da Sociologia e da Tecnologia, este artigo pretende apresentar perspectivas para uma pastoral na sociedade da informação. A questão norteadora desta reflexão é a interlocução entre o Evangelho e a cultura digital. Concluímos que, para que essa interlocução aconteça, faz-se necessário iniciar um processo de conversão pastoral, com reconhecimento da cultura digital, aprendizado de sua linguagem e corresponsabilidade evangelizadora de todo o povo de Deus.